terça-feira, 20 de julho de 2010

Bullying

Uma das mais covardes formas de agressão, pode e deve ser combatido desde a educação infantil, eu diria desde a creche. Olhando o site Psicopedagogia On Line, encontrei texto excelente sobre este tema, aliás, eles têm artigos sempre úteis e interessantes.


"Sendo adotado o mesmo termo da maioria dos países “Bullying”, traduzido como “valentão”, “Tirano” e com o verbo brutalizar, amedrontar. Assim sendo esta definição traduz o conjunto de comportamentos agressivos caracterizados pela repetição e desequilíbrio de poder, pelo fato da vitima não conseguir se defender, por ser menor, com menos força ou não apresentar agilidade física e pouca flexibilidade psicológica, perante o autor dos ataques.

Embora poucos estudos sobre o tema tenham ocorrido, percebemos a gravidade e a dimensão da violência vivenciada nas escolas brasileiras, variando estas desde a agressividade à atos de roubo de objetos de alunos e professores, sendo este último a ocorrência mais comum, muitas vezes vista até como algo banal.

Segundo Fante (2005) no Brasil segundo pesquisas, o bullying ocorre, com mais frequência dentro da sala de aula, diferentemente, de pesquisas internacionais que apontam que o bullying ocorre, com mais frequência nos intervalos e horários de entrada e saída da escola. Outro dado importante é que a maioria dos autores de bullying, relataram que nunca foram repreendidos ou advertidos por conta disso. Assim sendo, as formas de violência sofridas por crianças e adolescentes, continuam desconhecidas ou subestimadas.


5 Consequências do Bullying

No estudo observou-se, que na maioria das vezes as práticas de bullying são invisíveis à escola, não sendo percebidas, quando detectado algum episódio dessa prática, a tendência da interpretação é dado como caso isolado, não se percebendo a rotina que envolve autores e vítimas. Por conta dessa falta de percepção e insensibilidade dos membros da escola, achando muitas vezes que é “brincadeiras” entre alunos. Esses atos constituem chacotas, apelidos pejorativos, ridicularizando, humilhando, rotulando e depreciando determinada pessoa. Não percebendo a gravidade da situação e até achando isso normal entre alunos.

Porém as consequências de tais condutas afetam profundamente, especialmente as vítimas que sofrem com os efeitos negativos, por pouco ou nada poderem fazer para resistir a situação, por mais que lhes seja intolerável. Geralmente os sintomas produzidos são variados e vão da baixa auto estima à ansiedade e depressão levando o indivíduo à baixa freqüência e evasão escolar, nos casos mais graves até a sentimentos suicidas.

Esses processos desencadeiam prejuízos ao seu desenvolvimento psíquico, já que a experiência traumatizante orientará inconscientemente o seu comportamento, na busca de evitar novos traumas gerando sentimentos negativos e pensamentos de vingança, podendo desenvolver transtornos mentais e psicopatologias graves além de doenças de fundo psicossomático. Transformando-o em um adulto agressivo ou depressivo, dependendo da intensidade do sofrimento vivido.

A superação dos traumas poderá ou não ocorrer. Isso dependerá das características individuais e da habilidade de relacionar-se consigo mesmo, com o meio social e especialmente com a família.

O bullying se firma de forma silenciosa e sutil. Quando grupos de crianças ou adolescentes se unem, formando sólidas relações de amizade, em que definem critérios de inclusão e exclusão do grupo, muitas vezes condenando e isolando alguém pelo racismo, homofobia ou preconceitos de natureza sócio econômica. Esse tipo de atitude depreciativa lança aos excluídos a vergonha e os faz acreditar que há algo errado com elas.

De acordo com Fante (2005) a maioria das vítimas chega em idade adulta com sérias dificuldades de relacionamento, baixa confiança nas pessoas e até sequência de experiências de vitimização por bullying em esferas, por exemplo no ambiente profissional. Entre os agressores a maioria deles na idade adulta torna-se criminoso com passagem na polícia.



5.1 A indisciplina e o sentido de vergonha

Quando a criança ou o adolescente ridiculariza, humilha ou agride um colega, percebe-se nele a ausência de sentimentos, como o ser julgado negativamente pelos outros, enquanto a vítima passa a ser exposta como objeto do olhar e do pensamento de outrem, reconhecendo-se como um ser caído dependente e imóvel. Quando o olhar for negativo, crítico, então a vergonha encontrará sua tradução mais frequente, que é o sentimento de rebaixamento e humilhação.

A escola e sua equipe precisam estar atentos às particularidades de seus alunos, conhecer os fatores externos à escola, seu contexto familiar e social. Educando com ações positivas, para que a criança encontre satisfação e sucesso, buscando uma imagem positiva de si. Para não se tornar refém do juízo negativo dos outros, ou vendo na evasão escolar a única fuga para tal situação.



5.2 Indisciplina e violência: Os conflitos na escola

Uma das causas de conflitos na escola é o questionamento por parte dos alunos da autoridade do professor, a falta de respeito, é o que dá início a discussões e agressões verbais por parte de alunos contra professores. Esse é um tipo de violência que acontece na escola. Mas, a violência mais comum é entre os alunos, nas classes, onde os conflitos e tensões acontecem, por interações agressivas, como meios de diversão ou auto afirmação. Tendo um ou mais alunos de comportamento irritadiço e agressivo, este passa a ter necessidade de ameaçar, dominar os outros pela imposição e uso de força, por meio dela seus ataques são dolorosos e desagradáveis aos demais, que geralmente são mais frágeis e não conseguem reagir, fazendo com que o agressor se sinta forte, confiante e superior.

Se na turma existe alunos com características como timidez, passividade, insegurança e dificuldade de impor-se, mostrando-se indefeso. Este será a vítima, um alvo em potencial para o agressor, sabendo que não terá reação aos ataques.

Em geral o indivíduo com intenções agressivas, consegue o apoio de outros alunos, que se unem à ele, formando grupos (gangues), seus atos vão de ataques a colegas, verbais e físicos, a professores e funcionários até a depredação dos bens da escola. Na maioria das vezes sem que professores e funcionários percebam a movimentação, e não descubram os culpados.

O estudo de Couto (2008) mostra que geralmente a vitima não conta o ocorrido a professores e pais, temendo novos ataques em vista disso. Este aos poucos vai se isolando da turma, por causa das constante gozações e ataques, sem que consiga se livrar disso, ficando evidente para todos que não serve para nada. Seus colegas passam a também isolá-lo temendo ser a próxima vítima por ter sido visto andando juntos.

Os atos de bullying acontecem na sua maioria no espaço escolar, apresentando as características mais comuns, que são comportamentos repetitivos num período prolongado de tempo contra a mesma vítima, apresentam relações de desequilíbrio de poder, dificultando a defesa da vitima, ocorrem sem motivação evidente. Esses comportamentos podem ocorrer de duas maneiras direta que inclui agressões físicas (bater, chutar, tomar pertences, xingar, apelidar e insultar) e indireta, esta talvez seja a mais prejudicial à vitima criando traumas irreversíveis, acontecendo através da disseminação de rumores desagradáveis e desqualificantes, visando a discriminação e exclusão da vítima de seu grupo social.

A dificuldade em utilizar estratégias para lidar com esse tipo de violência na escola, inquieta docentes a refletirem quanto a participação da escola na formação ética e moral dos educandos, estes precisam ser educados por alguém que se importe com eles, embora tudo comece na família a escola precisa fazer algo para ajudar essas crianças e o que eles vivenciam na escola."

O tema é importante, mas como o artigo é imenso, sugiro que quem tiver interesse acesse o site : http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=1250

Nenhum comentário:

Postar um comentário